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segunda-feira, 17 de abril de 2017

Heranças Culturais - Índio


       A herança cultural indígena na vida do brasileiro está presente quase que em todos os momentos, é algo ás vezes tão evidente que acaba por se passar como despercebido: Quem nunca conheceu alguém chamado Ubiratan, Jacira, Iracema ou Cauã? Ou que já ouviu falar em lugares com o nome de Tijuca, Itaipu, Ipanema, Jacarépaguá, Pavuna ou Maracanã. Independe de onde se viva, em um grande centro ou em uma pequena cidade, qualquer brasileiro já teve contato com a infinidade de palavras herdadas após o legado indígena.

     Em estudos conceituados, historiadores afirmam que já existiam cerca de  5 milhões de índios nativos antes da chegada dos europeus, realidade que não se reflete nos tempos modernos, onde calcula-se que existam apenas 400 mil índios atualmente em território brasileiro.

     As principais tribos dividiam-se de acordo com a proximidade linguística ao qual pertenciam: tupi-guarani (região do litoral), macro-jê ou tapuia (região do Planalto Central), aruaque (Amazônia) e caraíba (Amazônia).


       Mas não foi só na língua portuguesa que tivemos influência indígena. Sua herança e contribuição para a formação da cultura brasileira é evidente ao se falar em alimentos. A ligação dos índios com a floresta, proporcionaram a descoberta de uma variedade enorme de alimentos, como a mandioca, o caju, o guaraná, milho, batata-doce, o cará, o feijão, o tomate, o amendoim, o tabaco, a abóbora, o mamão, a erva-mate e o guaraná, assim como subsequentemente surgiram as derivações desses alimento.

      Outro benefício que herdamos da intensa relação dos índios e a floresta é em relação às plantas e ervas medicinais. O conhecimento da flora e das propriedades das plantas os fez utilizá-las nos tratamento de doenças. Por exemplo, a alfavaca que tem função antigripal, diurética e hipotensora, ou o boldo que é digestivo, antitóxico, combate a prisão de ventre e pode ser usado também nas febres intermitentes (que cessam e voltam logo) são descobertas dos índios utilizadas no nosso dia a dia.
    
      O artesanato também não fica de fora. Bolsas trançadas com fios e fibras, enfeites e ornamentos com penas, sementes e escamas de peixe são utilizados em diversas regiões do país, que sequer têm proximidade com uma aldeia indígena.


      Segundo Chang Whan, pesquisadora e curadora do Museu do Índio do Rio de Janeiro, embora nós tenhamos o costume de separar a cultura indígena da cultura brasileira, essa dissociação não está correta. “A cultura brasileira resulta da conjunção de muitas influências culturais, inclusive temos todas essas contribuições dos índios, com a influência na toponímia (nome dos lugares), na onomástica (nomes próprios), na culinária e no tratamento de saúde utilizando as ervas medicinais. Portanto, não devemos fazer essa dissociação”, explica.

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